A importância da respiração
- SPais Terapeuta
- 27 de nov. de 2018
- 3 min de leitura

Respiramos desde que nascemos. É daquelas actividades corporais automática, essencial à nossa vida, mas que deixamos nas mãos do nosso corpo. Realizamos cerca de 20 inspirações/expirações por minuto. Mas será que sabemos respirar (bem)? Vamos ver quem são os intervenientes e como se processa a respiração.
Anatomicamente e seguindo a entrada de ar temos: o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia e os pulmões (com os seus brônquios, bronquíolos e alvéolos). Os músculos da parede torácica (como os músculos intercostais), os músculos da parede abdominal e o diafragma estão envolvidos e facilitam os movimentos respiratórios.
Fisiologicamente: os músculos intercostais e o diafragma, promovem a diferença de pressão entre o ar atmosférico e o interior pulmonar, permitindo a entrada ou a saída de ar.
Na inspiração acontece o processo de entrada do ar rico em oxigénio (que os pulmões por sua vez fornecem ao sangue e que o sangue fornece às células) - os pulmões expandem e o ar entra, resultando na insuflação/enchimento dos alvéolos. Durante a expiração, o diafragma sobe, os pulmões contraem e os alvéolos esvaziam-se provocando a saída do ar rico em dióxido de carbono (proveniente da actividade celular). Com a respiração também é feito o controlo do pH do sangue.
Parece simples respirar, não é? Pode não ser. A maioria de nós, devido a diversos factores, entre eles o stress, não anda a aproveitar toda a sua capacidade pulmonar e o que acontece quando não usamos alguma parte do nosso corpo? Atrofio, neste caso dos pulmões e perda da sua capacidade elástica. Com a entrada de pouco oxigénio, o coração tem de bombear mais sangue para garantir a oxigenação adequada das células e também o cérebro se pode ressentir, sendo afectadas funções como a atenção e capacidade de concentração. Se sofre de obstipação saiba que o funcionamento dos intestinos também pode ser melhorado com a respiração - a movimentação do diafragma ajuda a massajar os intestinos incentivando os movimentos peristálticos.
Soluções para respirar melhor? Os exercícios respiratórios, a meditação, mas essencialmente ter consciência da forma como anda a respirar. Quando andamos tensos, nervosos, respiramos de forma mais superficial e rápida. E se respirarmos mais profundamente, isso ajuda-nos a acalmar, a relaxar, a tranquilizar.
Vamos lá experienciar uma respiração profunda:
Sente-se numa posição confortável, mantenha as costas direitas, os ombros relaxados e afastados das suas orelhas.
Apoie suave e relaxadamente as mãos na barriga e feche os olhos.
Inspire devagar e sinta o ar a entrar pelo nariz, a descer até aos pulmões.
Sinta o peito a abrir para acolher mais ar e a movimentação do diafragma.
Repare que a sua barriga se movimenta para a frente e que o ar que inspira a está a preencher também.
Parece que já chegou ao seu limite de ar, mas encha mais um bocadinho. E mais um bocadinho. E ainda mais um bocadinho pequenino. E ainda um bocadinho para aquele pedaço de pulmão ali...
Suspenda a respiração 3 tempos e sinta o ar a preencher bem os pulmões e abdómen.
Devagar, sem pressas, comece a deixar sair o ar pelo nariz. O ar sai pela ordem inversa à qual entrou: vai esvaziando a barriga e só depois os pulmões. Atente ao movimento do diafragma.
Repare que a sua barriga se movimenta para trás quando o ar começa a sair e que o seu peito se fecha. Se quiser e à medida que o ar sai, incline-se ligeiramente para a frente ao arquear as costas.
Parece que chegou ao limite e que já não há mais ar. Mas deixe sair mais um bocadinho. E ainda mais um bocadinho pequenino. E ainda um bocadinho para aquele pedaço de pulmão ali...
Repita algumas vezes. E de cada vez verifique que lhe é mais fácil encher para lá daquele que achava que era o limite e esvaziar para além do que também achava que seria o limite.
Esteja consciente e recorde-se de respirar bem!
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