Burnout - exaustão da mente e do corpo

Segundo um inquérito de 2018 da DECO, os grupos com maior risco de sofrer burnout são os de quem está muito insatisfeito com o seu trabalho, os que se sentem pouco apoiados pelos seus superiores hierárquicos (em situação de stress laboral) e as mulheres.

O que é Burnout?

É um conceito que surgiu em 1974 pela mão do psicanalista norte americano Herbert J. Freudenberger - "um estado de esgotamento físico e mental, cuja causa está intimamente ligada à vida profissional". Ou seja, o esgotamento físico e mental resultante do stress crónico associado ao trabalho. Traduz-se em falta de energia ou mesmo exaustão, distanciamento face à actividade profissional e suas actividades, sentimentos negativos ou cínicos referentes ao trabalho e, claro, perda de eficiência laboral.

Segundo dados de 2016 da Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, 13,7% das pessoas activas em Portugal estavam em estado de burnout e 82% encontravam-se já em em elevado risco de entrar nesse estado.

Porque e como surge?

Segundo a Organização Mundial de Saúde o stress profissional surge quando as exigências profissionais se encontram desajustadas das capacidades e conhecimentos do trabalhador. E têm tendência a piorar quando o trabalhador considera que não controla o processo de trabalho e se sente desapoiado pelos seus superiores e colegas.

Os sintomas do burnout podem agrupar-se em:

• Sintomas físicos incluem sensação de cansaço grande parte do tempo, fragilidade ao nível do sistema imunitário, frequentes dores de cabeça e na zona lombar, bem como dores musculares generalizadas, alterações no apetite (aumento ou falta de apetite), alterações nos padrões de sono e dificuldade em dormir.

• Sintomas emocionais incluem sentimentos de solidão, desamparo, derrota e fracasso, falta de motivação, negativismo, diminuição da satisfação e da realização profissional e pessoal que advém do trabalho.

• Sintomas comportamentais como isolamento social, lentidão na concretização de tarefas simples ou habituais, dificuldade no assumir de responsabilidades simples ou habituais, excessos na comida, álcool ou mesmo drogas (legais ou outras), faltar ao trabalho, chegar tarde ou sair cedo, alteração de padrões habituais de comportamento.

Como combater?

Uma vida saudável e equilibrada reforça o mental e o físico e diminui o risco de burnout. É possível combater o burnout através do estabelecimento de princípios de higiene para a saúde mental e física.

• Inicie dia com um ritual de relaxamento: bem sei que não parece de fácil execução. Mas veja bem, se tem disponíveis minutos para verificar as redes sociais quando acorda, porque não aproveitar 5 minutos (10 minutos é melhor e então 15 minutos… excelente!) e espreguiçar-se conscientemente, concentrar-se na sua respiração e abraçar com energia este novo dia? Somos "animais de hábitos". Crie este hábito, pela sua higiene mental.

• Adopte hábitos e estilos de vida saudáveis:

- Opte por uma alimentação equilibrada e mais natural. Evite produtos processados, cheios de gorduras e açúcares. Coma com consciência. Pouse esse telemóvel durante a refeição. Sinta os sabores da comida, mastigue com consciência. Faça das suas refeições momentos de estar consigo.

- Hidrate-se.

- Pratique exercício físico. Veja que tipo de exercício lhe "enche as medidas" e comprometa-se a fazê-lo.

- Durma e descanse as horas necessárias.

- E não se esqueça da massagem - a massagem liberta as tais endorfinas que nos ajudam a manter felizes e é um excelente aliado no combate ao stress.

• Desligue-se das tecnologias: estabeleça um intervalo de tempo diário durante o qual desliga telemóveis e computadores. Aproveite para ler um livro, por exemplo.

• Diga "Não": sabia que pode fazê-lo? Estabeleça prioridades e diga Sim ao efectivamente importante.

• Diga "Olá" à criatividade: primeiro escolha uma actividade que nada tenha a ver com a sua vida profissional e abrace-a! Arranje um hobbie, aprenda a pintar, desenhar, cozinhar, costurar…

• Crie tempo para si: organizar o tempo diário permite criar tempo para si. Para tratar de si, fazer actividades que realmente lhe façam bem e lhe apeteçam.

Aprender a gerir o stress, reforçar a clareza e equilíbrio mental e físico é manter à larga o stress crónico que leva a exaustão.

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