Gentileza, empatia e felicidade
- SPais Terapeuta
- 11 de dez. de 2018
- 3 min de leitura

Recorda-se do outro desafio que lhe propus no dia 1?
Para contrapor ao consumismo que tem vindo a ser "tradicional" nesta época e que tendencialmente nos torna ainda mais stressados e tristes, nestes dias até à noite de Natal propus que ofereça a sua gentileza ao mundo. Como? Fazendo pelo menos um "acto aleatório de bondade" por dia.
Gentileza e empatia
E o que é a gentileza? O dicionário diz-nos que é "qualidade do que ou de quem é gentil" e também, esta definição interessa aqui particularmente, "gesto ou comportamento que revela sensibilidade; delicadeza".
Ser gentil compreende também dentro de si a capacidade de empatia. Ser gentil, além de tratar os outros com respeito, é também ser capaz de reconhecer no outro um igual e ter consciência que há necessidades humanas comuns a todos nós. A empatia dá-nos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e vê-lo como um ser humano com toda a sua complexidade, desafios, medos, necessidades, etc. Permite resistir à tentação de efectuar julgamentos baseados em impressões do momento.
Teoria da sobrevivência do mais gentil
Segundo esta teoria, do cientista comportamental Sam Bowles, a gentileza foi um factor preponderante para a evolução da espécie humana. As pesquisas de Bowles indicaram que a gentileza foi um comportamento fundamental nas comunidades permitindo o seu bom funcionamento e a sua sobrevivência como comunidade - as pessoas gentis contribuem para o bem-estar do grupo favorecendo a sobrevivência de todos, incluindo a dela. “O comportamento humano é muito mais complexo do que a teoria da evolução supõe”, diz Bowles. “A selecção natural pode, sim, produzir espécies altruístas e cooperativas.”
A correria do dia-a-dia, as diversas e constantes solicitações com que somos bombardeados, o afastamento que nos proporciona isto e também a sociedade em grandes cidades, o stress e o cansaço são algumas razões que têm levado à diminuição desta nossa capacidade intrínseca.
Gentileza porquê?
A gentileza tem o potencial de tornar a o dia-a-dia mais aprazível. Proporciona vínculos com mais qualidade, permite que os contactos superficiais sejam menos stressantes e mais significativos, adiciona valor às acções quotidianas dando-lhes maior significado.
O acto de ser gentil faz-nos mais felizes! As sensações positivas que temos quando somos gentis, ou quando somos o receptor da gentileza, geram reacções químicas que libertam neurotransmissores associados ao prazer, ao relaxamento e à alegria (serotonina e ocitocina).
Actos aleatórios de gentileza.
Há um sem fim de formas de exercer a gentileza. Pode ser:
gentil com estranhos: deixe passar alguém à frente na fila do supermercado, pare na passadeira, diga bom dia quando entra numa loja, dê o seu lugar no transporte público, segure a porta do elevador e deixe alguém entrar...
gentil com a família: reduza o tempo que passa ao telemóvel, desligue a televisão às refeições, abstraia-se daquela questão que tem de resolver enquanto cozinha, faça um elogio...
gentil com os amigos: ligue àquela amiga, pergunte-lhe como ela está e oiça-a, esteja disponível...
ser gentil com o ambiente: coloque os papeis no lixo, faça separação para reciclagem, diminua o uso de plásticos, alugue uma árvore de Natal...
gentil consigo: ande mais a pé, beba mais água, diga "não" sem culpa, tenha paciência consigo, antes de comprar leia os ingredientes, disponibilize tempo para si para fazer actividades que goste, aprenda algo novo...
Faça da gentileza um acto diário. Este Natal, ofereça-se uma nova forma de estar e de relacionar!
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